Os rios de lágrimas tomaram-me como refém. Sou prisioneiro duma depressão crónica, sou um doente mental. A vida passa por mim como facas no queijo, tenho cicatrizes na alma, o coração preto mal bate já. E quero escrever, escrever, escrever e não consigo. Nada do que digo ou faço faz algum sentido. Sou um homem perdido, sou um vagabundo, vivo a comer migalhas de algo que não existe.
O copo que levo à boca é de cristal, mas o vinho que bebo é veneno. Por detrás de todos os meus sonhos, o inferno se intromete, o diabo manipula-me.
Será possível ser feliz? Será possível ser?
Será possível fazer sentido?
Perdido no sonho, encontrei o pesadelo. E ninguém me compreende, ninguém fala português. E nem eu falo já português. Sou memória viva de algo que já não respira. Sou uma sombra do que fui, a bem dizer...fui sempre sombra de mim mesmo. Fui sempre esta manta rota de aspirações.
Merda.
Só o fim me pode salvar agora.
Untitled (Denmark)
-
*Opening: “tyranny leaves the body free and directs its attack at the
soul. The ruler no longer says: You must think as I do or die. He says: You
are free...
Há 8 anos