Por esta altura estou habituado a estes registos de vivência. Estes momentos de aniquilação interior, estes monstros agarrados que não desaparecem. O cansaço domina a minha mente, o meu coração. O meu espírito, seco com uma mata depois de um incêndio, vai sobrevivendo a pão e a água. Que veneno este que é viver. Que cruz é esta tão carregada que nunca para de pesar?
Ando há meses assim. Sem poder estar sozinho, sem poder estar com os meus pensamentos, os meus pensamentos cercam-me...e as vozes são intoleráveis. As vozes não vêm de lado nenhum, não sou, até agora, um doente mental. As vozes são as responsabilidades, as expectativas, coisas minhas e dos outros que não consigo aguentar.
Eu não sei como vou sobreviver a este ano. E isso é a mais pura das verdades. Eu não sei como vou resolver metade dos problemas que me meti, não sei como vou escapar desta sepultura que tão habilmente cavei para mim mesmo.
O pior é não poder contar comigo mesmo. O instinto de sobrevivência morreu em mim. Sou uma alma penada neste mundo.
Até quando?
Untitled (Denmark)
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*Opening: “tyranny leaves the body free and directs its attack at the
soul. The ruler no longer says: You must think as I do or die. He says: You
are free...
Há 8 anos
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