Lembrei me hoje da minha mãe. A minha mãe sempre foi uma pessoa ansiosa. Uma pessoa incapaz de lidar com o mundo à sua volta, que inventa fantasmas atrás das portas para não ter que as abrir.
Dizia-me muitas vezes:
-Estou cansada, preciso de apagar.
-Doem me os dentes, preciso de apagar.
-Tive um dia mau, preciso de apagar.
E apagava. Apagava horas a fio, presa a cama. A minha mãe nunca foi uma adulta feliz. E eu sempre detestei isso nela.
Agora a minha mãe sou eu.
Untitled (Denmark)
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*Opening: “tyranny leaves the body free and directs its attack at the
soul. The ruler no longer says: You must think as I do or die. He says: You
are free...
Há 8 anos
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