Aniversário

16 julho, 2013

A culpa não é das pessoas necessariamente. É das situações. Mas ainda assim, há um ano atrás eu passei um dia antes dos meus anos, no Optimus Alive. A ouvir The Cure. Quando a meia noite chegou estava sentado no chão do recinto. Tinha amigos comigo lá, conheci outras pessoas. No dia a seguir, fui para o Algarve jantar na praia, ter com a Joana ao bar. Tive uma vela cigarro.

Este ano a minha mãe esqueceu-se dos meus anos. Passei ambas as noites a trabalhar. Tive duas amigas a tentar organizar uma festa surpresa sem sucesso. No one really cares.

Não se pode ser criança para sempre.

AMORES IMAGINÁRIOS

11 julho, 2013

Há uma parte de mim que ainda é consideravelmente grande, que deseja ardentemente por estabilidade. Uma pessoa certa, um trabalho modesto certo, uma rotina. Há uma parte de mim que quer morar num apartamento pequenino e regar as flores da varanda. Viver uma vida sossegada.
Mas esse não é o meu caminho. Eu nasci para sofrer. Eu nasci para passar por todos os caminhos sinuosos, para assistir todos os dias à destruição de tudo aquilo que eu julguei amar. Eu sou aquele que tem sempre um problema novo para contar. E cheira-me que ainda vai ficar muito, muito, muito pior.
Hoje em dia, eu vejo aquilo que os outros vêm. Eu sei que as pessoas são finitas. Que se acabam, que morrem. Hoje eu sei que o amor não é para sempre e que não existem laços para a vida. As pessoas são páginas. Nem sequer são páginas de um livro bom, são páginas de uma revista que corre pelos dedos quase sem sentido nem atenção. Umas a seguir às outras, sem parar. E não há mal nenhum nisso. Os corpos nus que ficam por meu lado são todos iguais. Não interessa quem é. Não interessa quem sou. Eu uso, abuso, faço aquilo que quero e viro a página. Eu não acredito em ninguém. Eu não acredito nos bons sentimentos de ninguém. O amor é uma mentira.
Há cicatrizes. Há dores. Mas eu não me lembro de não ter cicatrizes ou de não ter dores por isso já nem isso interessa.
(Também há excepções. Quando o amor deixa de ser imaginário e se torna em amor puro. E o único amor puro que conheço é a amizade. Mas os amigos não preenchem tudo.)
Já não tenho sonhos. Larguei-os no vento, como naquele dia que deixei o meu balão fugir no mercado.
E assim cheguei aos 21 anos, com a certeza absoluta que o auge da vida já passou.