A caixinha mágica da sala onde a minha avó guardava as suas tardes

30 abril, 2011

Depois de ver uma larga percentagem de jovens da minha idade na TV, percebi que muito dificilmente algum dia me vão ver na tv.

In my room

Read More. Know More. Live More
Look Twice
E não se pode matá-los?
Fazia-te e acontecia-te
É nestas alturas que se sente o calor de um abraço

It feels good to have a room made by me
It really does.

United States of Tara

27 abril, 2011


Esta série é perfeita, perfeita, perfeita.
E ainda por cima, não tem os wannabes todos (que gostam de Gossip Girl, Pretty Little Liars e etc) a ver.
It's special !

Now you try it

26 abril, 2011

Começa realmente a entrar a ideia de que para o ano não vou estar cá. Os meus amigos falam do Rock in Rio, de ir aqui e ali e mando todos para o caralho e digo que não vou estar cá.
E de cada vez que me acho na internet a ver coisas sobre Milão, a ver o tempo, a roupa e o preço dos mc menus percebo que vai ser um grande aventura e que não estou de todo preparado.
Não estou de todo preparado para abandonar os meus amigos, a minha Lisboa, o meu Algarve, para abandonar Portugal e o português. Pequenas coisas vão me fazer falta.
E se der tudo errado?
E se der tudo demasiado certo?
Parece que são exactamente as mesmas perguntas do ano passado, "como vai ser, com quem, será que, mas e se...". Gosto disto e desta preparação para algo novo. Tenho a certeza que vou crescer e aprender muito.
E o tempo passa rapidamente e daqui a dois segundos passou o verão e estou dentro dum avião.
Wish me luck!

Sonhos do Impossível

25 abril, 2011

Foram dias engraçados, os últimos. Tive uma correria de sonhos na cabeça, muitos dos quais se poderiam dizer apenas como crossovers esquisitos de todas as maneiras e feitios. No fim, até eu junto a fome à vontade de comer.

Forever Wannabe?

24 abril, 2011

Gosto de quem me tornei nos últimos tempos. Tenho um grupo de amigos variado e até se pode dizer numeroso. Tenho saídas, vou a concertos que nunca esperei ir, tenho vivências interessantes, escrevo coisas que acho giras e vejo o sexo e a cidade à noite.
Gosto de estar sozinho. Gosto de descer a Avenida da Liberdade e fingir que estou às compras enquanto oiço o "Vogue" ou o "Material Girl".
Mas...pergunto-me se não faltará qualquer coisa. Será que não falta um certo brilho? Será que quero tanto parecer dentro de toda a cena fixe, que nunca chego a estar lá?
Gostava de ser fotografado pelo Alfaiate, gostava de ter mais roupas e gostava de ser A-list, gostava de ser mais importante. Será que sou mesmo um wannabe?
E será que continuo ainda à procura do meu lugar certo com os outros e com o mundo? Talvez envelhecer seja o conformismo com a dúvida. Desiste-se de lutar contra as perguntas. Entretanto, não me canso de correr pelas respostas, mas sempre que parece que estou perto... fogem a sete pés.
Falta-me qualquer coisa. Falta-me decidir qualquer coisa. Mas pelo menos, sei que estou no bom caminho e que teria orgulho de mim mesmo se me pudesse ter visto no passado como estou hoje. E isso para mim é o mais importante. Parei de odiar o ontem, parei de ter vergonha de toda a merda que fiz. Gosto de quem sou, embora ainda tenha uns quantos kilos extra.

Escrever

20 abril, 2011

Ontem, estava a ter o maior ataque de ansiedade de sempre.
Não têm bem noção. O corpo tremia-me, tinha a mente inquieta, precisava de qualquer coisa...de algo não sei. Parecia que estava a acontecer alguma coisa e que precisava de falar com alguém.
No fim, a única coisa que eu precisava de fazer era escrever e falar comigo mesmo. Tenho me dado pouca atenção nos últimos tempos.

Estás bom pá? Vamos dar uma volta os dois sozinhos?
Vamos aquele sítio que gostamos e ficamos no jardim até ficarmos aborrecidos?

E pronto. Fiquei bem. É sempre bom contar comigo mesmo.

Conversas (...)

18 abril, 2011

-Mas tu eras capaz de ter um amigo assim?
-Pá, não sei. Talvez.
-Mas és capaz de estar ao pé dele?
-Acho que sim
-Eu não era. Não era, é bue de estranho, sei lá...


O que ia bem agora.

15 abril, 2011

O que ia bem agora, era correr pelo mundo, sem mãe, nem pai, nem amigos, ir sozinho à aventura, curar o coração de tudo e voltar, sem rancor, sem raiva, sem tristeza nem nada. Fugir, fugir para longe para um sítio mais longe que o longe, um sítio onde o tempo fosse diferente e não chorasse por dentro. Era mesmo correr até os pulmões me queimarem por dentro.

Ou então era só...e arranjar um estágio numa rádio ou num jornal, ser contratado para ficar lá durante o verão e depois ir me embora para Milão, engordar 5 kilos e ser feliz. Preciso tanto de um sítio que possa chamar de meu, ou pelo menos um sítio melhor que este.

Tenho medo que no fim, não reste nada.

A Hora Santa

14 abril, 2011

7:48.
Contra todas as minhas expectativas, hoje voltei a acordar as 7:48. É que agora, ignoro completamente o alarme, ponho me a dormir até a esta hora e depois fico completamente lixado,
já que preciso de acordar no máximo as 6:30. Enfim.
Preciso de um despertador mais potente.

Uma nova história

13 abril, 2011

Sim, lembro-me perfeitamente. Foi num verão há uns anos. Juro-te que há muito que não sentia uma coisa assim. Os sentimentos brotavam do céu e caiam no chão em nós, parecia que era tudo tão perfeito, parecia que nunca havia nem noite, nem medo, nem breu. Éramos só nós. Nós e uma cega e vaga certeza que tudo correria bem. Depois, depois enfim, as coisas mudaram e o mundo é que caiu em nós.
Não me lembro de sentir a muralha a cair. Foi tudo tão gradual que num momento estava ali e depois não estava. Lembro-me só de sentir o sangue dos cortes, os ossos a partir-se contra o muro, os olhos furados pelos pregos e coração explodido e morto jazindo ao pé de mim como cão sem dono. Estava morto, eu, o meu coração e parte de um muro que tinha construído, um muro de uma fortaleza nobre, "um diamante maior que o Ritz". Ainda pude sentir os saqueadores a penetrarem-na. A tirarem tudo o que podiam, incendiando, pilhando, soltando risos verdadeiramente diabólicos, fumando cigarros e eu ali. Morto, mas ainda a sentir.
Com os primeiros raios de sol que foram chegando, consegui sentir a velha fortaleza em ruínas. Apenas memórias continuavam a levantar aquela fortaleza, apenas a história continuava a dar sentido a sua existência. Foi aí que me senti a ir leve, leve, até que já nem a dor sentia.

Aquela coisa que perdeste, que às vezes faz falta, mas que já nem consegues dar forma

12 abril, 2011

Passaram mais ou menos 8 meses desde que estou aqui e se dissesse que tinham passado oito anos, talvez não mentisse muito.
A vida mudou. Os horários mudaram. Aqueles amigos que interessavam ficaram, como que soldados fiéis. Os que eu sempre soube que iam falhar, falharam e a amizade é só uma vaga recordação solarenga.
Enfim, pelo menos...pelo menos posso dizer que me orgulho do que sou agora, e do que fui e que cresci.
Mas o que me chateia mais...o que me chateia mais é perder tempo com as pessoas. perder anos da minha vida a falar com alguém, a nutrir amizades e depois levar com o meu próprio cuspe na cara. Sabe tão mal. Dá me uma azia tão grande. Oxalá o mundo fosse um facebook onde eu podia ver previamente o perfil de cada um e pensar se me interessam ou não.
Dizem-me que eu tenho bom coração...mas se calhar, sou um cabrão de merda dissimulado que engana as pessoas e as fode. talvez. ou talvez não.

Cenas de Família 2.0

06 abril, 2011

!Oi primo! Obrigado pelos parabéns, fico feliz de saber que posso contar com você! Faço de todas as suas palavras minhas, saiba que tem uma prima aqui no Brasil que pode contar para o que precisar! Espero que venha nos visitar em breve, assim como pretendo te visitar em breve tambem. Novamente, Obrigado pela lembrança! Um beijo e se cuida"

Bem, pelo menos foi uma resposta gira.
E embora esteja tocado...continuo com a amargura dos anos no coração.

Cenas de Família

Hoje, apeteceu-me vir aqui falar mal da minha família. Eu sei que ninguém tem famílias perfeitas e que o sonho americano é uma ideia de marketing das empresas de publicidade. Eu sei, eu sei que sim. Mas bolas, há coisas que me enervam mesmo.
Nunca tive grande sensação de ambiente familiar em Portugal. A minha mãe nunca se deu com o lado da família do meu pai (discussões de muitos anos), eu andava sempre meio afastado deles, depois com o lado do Brasil pouca ou nenhuma relação havia por causa da distância.
Os problemas com a minha família portuguesa pareciam me enormes. Tinha sempre uma grande preocupação digamos com o que eles pensariam de mim e acabava por não gostar muito deles porque achava-os duros, despreocupados e críticos de tudo o que eu fazia. Era sempre comparado com a minha prima Sandra e como ela só tirou 19's e 20's e como ela era perfeita, blá blá blá. Depois o meu primo, que me parecia ter tudo o que queria e pedia, e que era um bocado antipático. Não exclusivamente para mim, mas ele tinha um feitio especial e era complicado...! A minha avó salvava a situação mas entretanto faleceu e fiquei com um outro lado da família portuguesa, o da minha tia-avó e da sua filha e marido. E embora o meu tio avô nunca tenha sido doce, a minha tia avó foi a melhor pessoa que encontrei e a fazer par com a minha avó são as pessoas de quem sinto mais saudades sempre. A minha tia, também foi à sua maneira simpática, se bem que de uma forma mais afastada.
De qualquer forma, hoje as coisas são diferentes. Sim, eles têm todos um feitio especial e pode ser complicado, mas gostam de mim e preocupam-se. Devo muito à minha tia. Mas muito mesmo, ela é que deu emprego ao meu pai, ela é que pagou imensas coisas que tenho e no fundo...é uma segunda mãe. E o lado da minha tia-avó, agora sem esta tornou-se mais apagado...
Isto na parte portuguesa. Na parte brasileira os problemas são outros!
Cresci a ouvir dizer que a minha mãe tinha sido muito rica e tinha tido tudo o que queria, que os meus avós tinham montes de coisas e eram super ricos e não sei quê. Mas nunca tive grande contacto. Aos 5 anos fui para o Brasil uns 7 meses, mas disso lembro-me pouco e não consigo avaliar nada. Depois cresceu o culto do meu tio mais velho que era bem rico, director de uma empresa e que os meus primos eram todos super educados e tinham montes de coisas. Os meus outros tios tinha vidas mais complicadas. Um é seropositivo desde os anos 90 e encontra-se estável, outro tem muita má fama e é meio "bandalho", um era afastado da família - por ser apenas meio irmão (a minha avó e avô tiveram ambos outro casamento), e finalmente uma tia da parte de avô que só soube há poucos anos da sua existência. Criem redes de problemas imaginárias e mesmo ao calhas são capazes de acertar. Há montes de problemas entre esta gente toda e a minha avó e vice-versa...eu sei lá!
Entretanto este ano, sabe se lá porquê...o tal tio rico fez mais uma viagem pela Europa e decidiu vir visitar-nos (há que dizer que entretanto a minha mãe esteve lá um ano). Primeiro a minha mãe no Algarve e depois o sobrinho (eu) em Lisboa. Tive com eles no último dia em que estavam cá. Sim, são afortunados e levaram me a almoçar e a comprar roupa...foram simpáticos, muito mesmo e falaram na possibilidade de ir lá este verão passar uns dias.
Mas...talvez o ditado "longe da vista, longe do coração" se aplique, porque desde que esteve cá, o meu tio ficou com o meu e-mail e de vez em quando fala comigo. O que é giro, é que ele sempre escreve pouco, umas linhas apenas a dizer isto e aquilo e eu respondo sempre com muito entusiasmo, conto a vida toda e nunca obtenho resposta. Ele nunca responde seja ao que for. Os meus primos no facebook basicamente ignoram-me. Não parecem ter qualquer interesse em mim ou em contactar comigo.
A gota de água foi quando o meu tio me mandou um e-mail a dizer que a minha prima fazia anos (hoje) e que talvez fosse bom mandar um e-mail...Porque depois há isto, eu sempre liguei numa cabine telefónica ao frio e à chuva, a desejar feliz natal, feliz Páscoa, feliz aniversário a não sei quem...mas nunca fizeram o mesmo comigo. Nunca se lembraram sequer que faço anos e que também tenho natais e páscoas. Estou aqui a dar uma de Maya, mas sei que no dia dos meus anos, os meus primos vão-se borrifar e o meu tio vai mandar um e-mail com duas linhas a dizer: Muitos Parabéns. Felicidades e Lembranças de todos nós aqui.
Eu, que sou uma pessoa decente, mandei um e-mail giro à minha prima, colei o poema do Álvaro de Campos - Aniversário, tentei fazer uma coisa gira...
Mas enerva-me isto. Se este ano não receber e-mail dela, para o ano não mando. E vou começar a responder ao meu tio numa frase. Também sou uma pessoa, ora bolas. Também tenho os meus sentimentos e as minhas necessidades emocionais. Também me sabe bem ver algum interesse em mim. Será isso tão injustificado?
E depois, o que acaba por acontecer na família toda (a começar pelo meu próprio pai e mãe) é que basicamente não sou nada. O que faço e o que gosto é irrelevante. Sou de Humanidades o que é estúpido, porque os meus primos das Ciências é que vão ter emprego...As palavras de incentivo não existem e sempre precisei que os outros me dissessem: olha escreves bem. olha continua. olha não desistas.
É um bocado triste não é?
(...)

Leituras de Comboio

05 abril, 2011

"A felicidade da juventude, bem como a sua insuficiência, reside em que não pode viver no presente, tendo sempre que comprar o dia que passa com o futuro radiantemente imaginado: flores e ouro, raparigas e estrelas, não são mais que premonições e profecias do incomparável e inalcançável sonho juvenil."

Fitzgerald, Francis Scott, "O estranho caso de Benjamim Button", 2011.

Milano

02 abril, 2011

E 'questo un sogno?

No.

Eu consegui, eu consegui mesmo. Consegui a única vaga existente para Milão no Erasmus.
E o giro é que nunca foi o meu sonho. Nunca pensei em Itália como as outras pessoas pensavam, nunca achei giro o italiano, nunca me deixei fascinar por aquilo...e de repente, tudo aquilo que eu achava que não existia em mim, surgiu de repente. Funny how things happen. Really Funny.
Ainda não sei como vai ser tudo, ainda não me organizei sequer,...mas preciso disto. Porque se algum dia quiser mesmo ir para NYC...tenho que conseguir fazer isto.
De qualquer forma, recuso me a perder os meses ainda longos em Portugal a pensar em Itália. Vou fazendo tudo a pouco e pouco e vou aproveitando aquilo que Lisboa me dá.
Até porque...ainda tenho duas ou três coisinhas para ir fazendo. If you know what I mean.