Este sentimento outra vez? Deve ser uma doença portuguesa

26 dezembro, 2011

Depois deste curto período de tempo (ainda assim significativo) tinha-me esquecido de muitas coisas. Diga-se de passagem eu sou um perito a esquecer coisas. Só me lembro do bom, do estranho, do original. O mau apaga-se na mente, os detalhes perdem exactidão, as lições são escritas e tento decorá-las.
Mas, agora, voltando a casa há coisas que sabem ao mesmo. Há fotografias que ainda andam na minha carteira como maldições, como cruzes que carrego. Ainda há nomes que fazem o meu coração doer. Ainda há situações estranhas e potencialmente traumáticas como jantares de família de natal ou passagens de ano em casa.
Ainda há muita coisa do mesmo que volta do passado. Ainda amo quem prometi nunca amar, que jurei nunca ter amado. Ou pelo menos ainda ando tão embriagado nesse amor que ainda me destrói um bocadinho todos os dias. 
Não sei se algum dia saberei amar uma só pessoa, e se esse amor será algum dia produtivo e não destrutivo. Se algum dia serei menos adolescente a lidar com a relação beleza & personalidade & possibilidade. Será que algum de nós chega realmente a esse estado de sabedoria em que se sabe dividir e por cada coisa no seu lugar? Ou será que é sempre fome e vontade de comer?
Espero realmente em 2012 não ter que escrever mais sobre desilusões e dúvidas sobre o amor. Vou acabando com as palavras, vou cansando a alma e vou-me matando sempre que isso acontece.

Não sei, Não sei, Não sei.

Há de ser para sempre

24 dezembro, 2011

Eu de cigarro na mão, Marlboro Gold se ando rico, outra porcaria qualquer se ando pobre. A Maria com um sorriso de orelha a orelha, a Carla de cabelo vermelho e a Joana de mão dada com algum namorado. Nós ali em Faro, na baixa, num bar a ouvir um concerto. Há de ser para sempre. As histórias de secundário que ainda vivem em nós, agora como memória de qualquer coisa que passou mas que até foi boa.
Há de ser para sempre esta amizade, mais longe ou mais próxima que faz crescer as conversas, os risos. Sempre o mesmo estilo, o nosso. Uma cerveja aqui outra ali. A Mãe, a Rebelde, a Especial, o Promessa sempre ali. Sempre nós.
Já tinha saudades disto, caralho!

Férias com Filmes VI


The Help (2011)

Um filme que deu muito que falar este ano. Toda a santa gente elogiou o papel de Viola Davis que é de facto uma grande representação. O discurso oral, os gestos, as lágrimas de Viola enchem de emoção qualquer um, é um facto. Mas é também uma agradável surpresa de Emma Stone, num papel mais maduro (ainda assim com aquele papel-tipo que ela costuma fazer.
É um bom filme, sem dúvida. A representação da mulher negra naquele tempo, o retrato duma sociedade que duma maneira ou de outra ainda vê os negros como escravos, de meninas que são postas num mundo para casar. Digam o que disserem, achei que estava bem construído.
Mas, parece perder um pouco do espírito no fim. Após alguns momentos altamente emocionais, perdemos a noção de quem é a protagonista afinal - a história pertence a  Eugenia ou Abileen? Perdemos o foco. A vida de Skeeter acaba por ser pouco explicada. E apesar das representações brilhantes de Viola e Octavia Spencer acho injusto por de lado Emma Stone ou Bryce Howard (a jornalista e a racista).
Jessica Chastain tem um papel interessante como Celia Foote mas o grande problema deste filme é acabar por não ser profundo o suficiente e levantar dúvidas.
É ainda assim um filme interessante sobre um período social negro (em mais maneiras do que uma). A ver! 

Férias com Filmes V

22 dezembro, 2011

Coco Avant Chanel (2009)

Coco é uma das personagens incontornáveis da Moda. E digam o que disserem a Moda continua a ser uma coisa importante na vida de cada um, provocando maiores mudanças culturais do que aquelas que possamos imaginar à primeira vista. Assim trabalhar na moda é muitas vezes trabalhar com o mundo, inventar qualquer coisa nova, trazer mudança. Uma arte de valor demasiadas vezes ofuscada pela futilidade de alguns. 

De qualquer forma, andava para ver este filme há algum tempo. Audrey Tautou há de ser sempre Amélie ou Sophie e tem o encanto das mulheres francesas. Estava curioso para ver o seu papel aqui, numa personagem tão desafiante - sendo de um lado uma heroína nacional e por outro uma vilã.

Este filme é sobre o lado bom de Chanel. Sobre o lado da sua vontade de lutar, de marcar-se como diferente num mundo dominado por homens, de não se querer escravizar pelo amor e entrar em sonhos impossíveis. É um filme lindo, cenários lindos, roupas lindas, detalhes impecáveis. Tiro o meu chapéu. Todo o jogo de cores e de luzes foi perfeitamente executado (na minha modesta opinião).

De alguma forma ficamos a torcer por Gabrielle e aplaudimos o seu final (mesmo que depois disso ela tenha tomado um ou dois passos "menos Chanel"). Um filme a ver, pela roupa, pela história, pela mulher, pela actriz.

O telefone toca


Toca de seguida, amigos de sempre que telefonam para me perguntar como estou, para saber se estou bem, que histórias tenho para contar, telefonam para gozarmos e rirmos um bocado que as chamadas grátis afinal até fizeram falta. O Facebook dá notificação de mensagem atrás de mensagem. 

"Que tal de regresso? Que tal de Lisboa, Que tal de Algarve?"


E eu sem saber o que dizer. Não tenho em mim para escrever o que sinto e mal consigo falar. O primeiro dia em Lisboa foi frio. Não que estivesse assim tanto frio, mau tempo e temperaturas quase no zero já são o prato do dia para mim, mas foi fria a recepção. É um país mudado. É uma cidade que dantes me parecia um paraíso dourado e agora parece negra. As ruas estão vazias, o povo está triste, as histórias que oiço no autocarro já não me fazem sorrir e há por todo o lado a sensação de mudança, de diferença. A culpa será minha ou de Lisboa? Eu sempre soube que Lisboa não perdoa quem não está.

Mesmo os meus amigos me parecem diferentes. Os abraços são iguais, o amor é igual. Fazemos os mesmos sorrisos inocentes para as máquinas fotográficas, mas em quase 3 meses a vida avançou. Temos agora percursos distintos, histórias diferentes para contar, estamos diferentes mas a amizade parece que ficou no Verão e esse choque de actualidade sente-se enquanto bebemos café e temos as nossas tertúlias de aventuras e mal dizer. 

Vou para o Algarve ainda pouco recuperado da cidade nova que é Lisboa e chego a um Algarve sempre perdido no tempo. Aqui as coisas continuam iguais, exactamente iguais porque há muito que o dinheiro foge por entre as cartas que chegam no correio, por entre os sacos de compras lá de casa. E por qualquer motivo sinto-me perdido num país que já não me parece o meu, numa cidade que não parece minha.

Talvez tenha entrado demasiado bem no espírito Erasmus, talvez tenha gostado de mais, talvez devesse ter posto limites. Habituei-me a uma realidade muito diferente. Tanto que quando um amigo me perguntou se estava a gostar de Milão respondi sem pensar "Sabe bem estar na Europa". Habituei-me a uma nova Europa de cores, de vida, de "Aperitivo" e jantar na "L'Aragosta Innamorata" às sete e meia, todos os dias. Habituei-me a ouvir italiano nas ruas e ler o "Corriere della Sera" de manhã. 

Perdido na translação dos fusos horários, das histórias novas, dos sentimentos velhos, é difícil dizer como me sinto. Por um lado o caminho nem vai ainda metade feito e há já tanto de novo em mim, tanta novidade, tanta alegria. E já há também consequências. O choque de voltar para aqui, de estar outra vez no meu quarto e ver filmes até às quatro da manhã (e desta vez sem o roncar do meu companheiro de quarto!).

Que futuro para mim? O caminho de Erasmus ainda por percorrer, aventuras ainda para serem vividas...O sentimento que o meu País, a minha Pátria morre a cada segundo - e com ele o meu futuro - dá que pensar. No meio da felicidade, da ansiedade e do medo pelo futuro eu e os meus pés, à procura dum caminho. 

O Erasmus já me mudou a vida. O que vem a seguir?

Férias com Filmes IV

21 dezembro, 2011

  Bridesmaids (2011)

Foi uma das surpresas do ano na bilheteira. Ao que parece fez uma carrada de chefões de Hollywood bem felizes. Um bocadinho de "Hangover", um bocadinho de "Bride Wars" e voilá, Bridesmaids está completo.
Talvez se estivesse numa sala de cinema com pipocas e amigos, se estivesse no meu dia e tudo corresse bem, ainda me tinha rido bastante. Há toda uma quantidade de cenas ridículas, hilariantes e giras de se ver. A história de uma mulher recém desempregada, recém solteira, recém fracassada que tem que organizar a festa de casamento com a amiga recém comprometida, recém feliz, recém encaminhada para a fortuna dá origem a qualquer coisa no mínimo caricata.
Mas, falta magia ao filme, falta um bocadinho de acção, falta um bocadinho de comédia? Não sei. É um filme que terei que ver outra vez mas que não me fez rir desalmadamente (como "Hangover" - pelo menos o primeiro capítulo) ou que me fez ficar de coração mole (como "Bride Wars"). Não foi definitivamente o meu filme embora consiga ver que está bem feito e que provavelmente é um filme engraçado de ser ver antes do casamento. De resto...

Férias com Filmes III



Crazy Stupid Love (2011)
Julianne Moore e Emma Stone fazem parte da minha lista de actrizes favoritas que duma maneira ou de outra me cativaram. Steve Carell há de ser engraçado até morrer e é bom ver Kevin Bacon a representar uma pessoa normal e não outro qualquer psicopata. Estava curioso em relação a este filme e ainda mais depois da nomeação para os Globos.
A verdade é que é um filme típico, muito típico, cheio de cenas típicas. Emma Stone, eu adoro-te mas para de fazer filmes em que és super inocente e no meio do caminho decides ser devassa. Julianne Moore, pelo amor de deus, quero-te ver a fazer um filme como "As Horas" outra vez. Ryan Gosling ter músculos dá fama realmente. Steve Carell poderias fazer o  favor de me surpreender?
Pondo todos estes aspectos de lado, a verdade é que é um Feel Good movie que não chateia nem aborrece, que mantém entretido e que ainda dá direito a uma ou outra surpresa e uma gargalhada aqui e ali. O guião não é brilhante mas é criativo, diga-se de passagem e consegue duma maneira ou de outra dar profundidade às personagens. No fim gostei da mensagem gira - um tanto ou quanto previsível, mas ainda gira - e até vale a pena ver, talvez em grupo com amigos, pipocas e corações moles.

Férias com Filmes II

20 dezembro, 2011


Andava para ver este filme desde Março, altura em que vi o trailer. Christopher Plummer há de ser sempre o eterno Capitão Von Trapp e Ewan McGregor é nome mais que conhecido no Cinema. Achei o conceito de pai que se revela homossexual depois da morte da mulher com quem estava casado há anos interessante e a relação com o filho. Mas é um filme que acaba por não ter uma abordagem fixa num ponto da história, mas sim  todo um conjunto de temas que nunca são explorados e ficam pela raiz. O estilo do filme, as cenas, os desenhos do personagem são interessantes. Não é, de todo, um filme de cinema fácil de mastigar. Mas acaba por ser um filme que não cria paixão. Ao contrário do que pensava a minha vida não mudou depois de o ver. Se bem que o papel de Mélanie Laurent é simplesmente brilhante e é de facto uma mulher linda (Francesas, orgulhem-se!).
Um filme a ver um pouco mais pela sua beleza que pelo seu conteúdo, embora com um guião extremamente interessante.

Férias com Filmes

La Piel Que Habito (2011)

Sou um fã eterno dos filmes de Almodóvar. A verdade é que a representação do universo feminino, da personalidade da mulher, o estilo, a fotografia, o conceito é sempre genial. Sem falar que fá gozo ouvir espanhol, dá gozo ouvir música espanhola e ver o guarda-roupa. É sempre tudo preparado até ao mais pequeno detalhe.
Estava curioso com este, até porque é o regresso de Banderas aos filmes de Almodóvar. As minhas expectativas eram mais que muitas. E na verdade é um filme interessante, que mistura as loucuras de vários personagens (como de costume) numa história interessante e complexa. Mas, deixa a desejar. Não tem a magia de outros filmes do realizador nem consegue captar tanto a atenção. O estilo está lá mas parece nunca atingir o seu auge. Um filme a ver porque continua a ser interessante, embora sendo do realizador que é, poderia ser bem melhor. 

Decisions, Decisions, Decisions

07 dezembro, 2011

The last couple of days have been strange. I dont actually know what Im feeling. everything seems good in the outside, I am totally happy with my friends, living in Milan is a pretty amazing thing and yet I cant shake of this feeling of dissapointment. I feel like for most of my life Ive been failing things, my drivers license, the stupid economic classes, school in general. I feel such a failure all the time, I dont want do to stuff, I dont want to work, I dont even want to write. I keep whining about everything, I keep letting myself down.
Well, off now.
To somewhere.
I dont even know what I want