Roses are red. Violets are blue. I'm still alone and so are you.

03 agosto, 2013

Olho para esta folha virtual em branco.
Olho para os meus dedos, para o teclado.
Está a tocar o Sol de Inverno da Simone de Oliveira.
E eu não consigo pensar em algo para dizer. Eu não consigo pensar em como escrever tudo aquilo que está a acontecer. Por fora, parece tudo igual. Vivo de saudade, como sempre. Tenho o meu trabalho, tenho as minhas bebedeiras. Tenho os meus amigos, tenho as minhas conversas.
Mas por dentro, por dentro, bem lá por dentro eu não me reconheço no espelho. Eu não aceito aquilo que me está a acontecer. Eu não consigo fazer nada porque não consigo aceitar. Eu não quero ser esta pessoa. Eu não ser a pessoa que tem voltar para casa dos pais por não ter dinheiro. Eu quero parar de me convencer que perdi o amor da minha vida. Eu quero parar de achar que não mereço amor nenhum e quero convencer-me disso, para que possa de facto sentir algo verdadeiro, algo que não se relacione apenas com as minhas fragilidades pessoais.
Foda-se.
Eu quero encontrar um caminho. Um caminho qualquer. Parece que estou em ponto morto há demasiado tempo. Eu estou farto de deixar os dias passar por mim sem mácula, sem paixão, sem entusiasmo.
Eu preciso de ir embora. Sim, ir embora outra vez. Sem data de regresso. Sem linha de segurança. Ou me espalho ao comprido e acabo morto num beco ou então ainda consigo fazer qualquer coisa.

"A ver vamos. A ver vamos, como diz o cego."