E de repente, cá estou eu. A falar português, a mandar mensagens, a usar o telemóvel sem me preocupar com a conta, a beber cafés, a andar na baixa, a encontrar os meus amigos. Aqui estou, aqui estou eu, aqui estou eu.
Afinal, sobrevivi. E afinal, foi bom.
Mas ainda não cheguei definitivamente a Lisboa. Nem ao Algarve. Não sei se me perdi em Milão, no comboio da meia noite para Paris, se no TGV para Irun (ou aí mesmo a conversar com a professora americana), talvez em Madrid e e nas casas de banho as quais eu nunca mais voltarei, talvez por aí. Tive a sorte de não perder nada e o azar de me perder a mim mesmo como quem deixa um livro no banco do autocarro.
Não sei o que é a vida depois de Erasmus. Não me façam perguntas sobre o voltar. Sinto-me diferente, sinto-me mais velho, mais cansado, mas ainda não sei o que significa voltar de erasmus. E cada vez que penso em Milão...é uma dor no peito que não se acaba!
E mais palavras não tenho. Parece que deixei de ter coisas a dizer sobre este ano da minha vida. Um ano...completamente inesquecível.
Regresso
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Começa assim,
com as minhas mil mortes e mais uma
entre chocolates e cravos caídos,
o fim de outro mundo perdido em tantos
sem tempo para prantos nem lembra...
Há 8 anos
1 Comentários:
Este texto mexeu bastante comigo e não consigo perceber porquê. Não sei se foi por relembrar o meu interrail, a passagem por Irun e outros tantos sitios, ou se foi por compreender o quãodifícil é voltar à rotina ou se por outro motivo qualquer...
Tocou-me...
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