Cala-te. Abraça-me. Não, descola. Volta. Espera.
O que raio tem este mês de Agosto? Um sabor de domingo talvez. Não quero que comece, não quero que acabe.
Depois deste mês, o que raio vou fazer à minha vida? Onde é que vou viver, quem vou conhecer? Mas que merda é que Lisboa tem à minha espera? E o ano de finalista? E que raio de finalista sou eu? E que raio de coisas são estas, que raio de sentimentos são estes?
E que pessoas que são estas que dançam à minha volta?
Hoje contei à Laurie que a Sylvia Plath no fim da vida, meteu a cabeça no forno e foi desta para melhor. E ela logo: Porque é que alguém faria isso?
E eu: Porque é alguém NÃO faria isso?
E a verdade é: Quem é que não metia a cabeça no forno com uma vida destas? E porque sou o único a fazer estas perguntas? Porque é que sou o único a sentir isto?
Em conversa com uma amiga, admiti em voz alta uma ideia que guardo há que tempos em segredo. Tenho um problema químico. Uma desordem. Uma deficiência. Talvez me dessem choques eléctricos nos anos 50. Mas a verdade é que ser feliz não pode ser assim tão difícil. E ter a certeza de quem somos, ter a certeza do que somos, não pode ser assim tão difícil. Ter coragem para ser quem somos...não pode ser assim tão difícil. Não é o standard de todas as pessoas estar mais ou menos bem? Estar mais ou menos feliz, mais ou menos, mais ou menos. Porque é a minha resposta é sempre menos ou ainda menos?
Desequilíbrio profundo que se acentua com a solidão, talvez seja essa o meu diagnóstico. Se calhar desisti de ser saudável. Porque é que temos todos que ser saudáveis, porque é que temos que ser todos bonitos? Mas que merda é essa? Que imposição é essa? Mas do que raio serve este sofrimento contínuo duma socialização que muda a cada moda de valores? As tradições, os valores, as opiniões...todas modas. Modas e modas que chegam e vão...
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