E mesmo assim, depois de tudo, marcaste-me tanto que não consigo falar contigo. Não consigo olhar-te nos olhos e dizer-te olá. Não consigo ser mais uma pessoa na tua vida, prefiro o frissom de me afastar, talvez tentando ridiculamente ainda provocar alguma polémica na tua existência. Talvez tenhas pensado apenas que me tornei num pavão em Lisboa. Um pavão orgulhoso que simplesmente prefere ignorar o passado. Ai. Se tu soubesses.
Depois de ter visto, ouvi falarem de ti. Ouvi falarem de ti com desdém e quis matá-los. "Pois, sim, já sabes que não gosto nada dessa pessoa. O traço dela é bom, mas o desenho não é nada demais. Para mim, não tinha boas notas." Penso que se calhar não tens os amigos certos. Mas isso são batalhas tuas e eu não te posso ajudar. Acho que nunca mais te vou conseguir definir na minha vida. Serás sempre a minha ilusão de um verão que eu alimentei para alimentar a alma. De qualquer forma, desejo-te tudo de bom. A sério que sim.
E hei de sempre sentir o teu olhar azul em mim, cravado em mim, sempre enterrado em mim. O pedaço que tens de mim é demasiado grande.
(e agora me apercebo como toda a gente vai pensar que isto é para a pessoa errada. Oh well. Alguns fantasmas são mais públicos que outros)
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