Não é a queda que te mata.

05 fevereiro, 2012

A minha boca sabe a qualquer coisa. Tenho o espírito envenenado das noites que não durmo, as mãos tremem enquanto fumo mais um cigarro.
A loucura, a loucura, a loucura. Bicho doente, é isso que sou, um bicho doente e cansado. Não cá romantismos, para a merda com os intelectuais todos, com os filhos da puta que acham que sabem ler e escrever.
Ninguém sabe ler. Ninguém sabe escrever. Odeio profundamente qualquer um que ache que sabe fazer alguma coisa. Odeio profundamente quem sente que sabe alguma coisa, mas odeio ainda mais o sentimento de se achar que se sabe alguma coisa.
Odeio quem dá conselhos e não tem nódoas negras de ter lutado. Odeio quem come sem ter fome. Odeio que tem sede e nada para beber. Odeio tudo e todos e no fundo a pessoa que odeio mais é a que conheço menos.
O bicho doente e cansado.
Não é que eu odeie viver, não que é a vida não seja uma coisa até engraçadita. O problema é que eu não sei viver, não sei cantar, não sei escrever. Não sei porra nenhuma.
Olá tenho 19 anos. Olá, não tenho respostas nenhumas.

Preciso tanto de qualquer coisa. Dormir? Fumar?
Preciso que o meu espírito descanse. Preciso de voltar a escrever. Merda, preciso de escrever alguma coisa que faça sentido. Preciso de me voltar a possuir.
Preciso da ilusão dum dia de sol. Preciso de voltar a ver o desconhecido.
Preciso que o meu pai me ligue e me pergunte como estou. Preciso de meter a minha vida em ordem, preciso de arrumar o espírito.
Só quero voltar quando tiver o espírito arrumado.

1 Comentários:

Tito disse...

Texto muito forte. Já me senti muitas vezes assim :s

É possível deixares esses sentimentos todos de parte, mas tens que querer e fazer algo para que isso aconteca :)