Ryugyong

10 junho, 2012


Hoje no Público:

 "Ryugyong começou a ser construído em 1987 em Pyongyang com o objectivo de ser o maior hotel do mundo, imagem imponente do comunismo"
"Os problemas para o regime de Pyongyang continuaram, com especialistas a olharem para o hotel e a considerarem-no o mais feio do mundo. A revista Esquire designou-o como o “pior edifício da história da humanidade” , sendo também chamado de “Hotel Of Doom” (“Hotel da Ruína”)."
"Ryugyong tornou-se um símbolo do falhanço do país e do comunismo. Apesar do imponente edifício ser visto a quilómetros de distância, Pyongyang chegou, mesmo, a negar a sua existência, fazendo-o desaparecer das imagens oficiais da capital norte-coreana."

A verdade é que não há nada mais humano que isto. Construímos estes edifícios altos, cheios de expectativas. Acreditamos que estamos a fazer uma coisa boa, que todos possam ver, para que todos possam admirar. Mas, no fim, o tempo passa e aquilo que um dia sonhámos ser majestoso, acaba sendo uma ruína. Uma trágica e quase triste memória do que um dia sonhámos alcançar. Mesmo que esteja ali, cru e morto, ignoramos com os olhos e com a alma. Ninguém quer ver os próprios fracassos.

E depois vem a reconstrução. E voltamos a pegar na nossa ruína e fazer alguma coisa com ela.

O passado cura-se e cura-nos. E de edifício mais alto do mundo para edifício mais feio, de edifício mais feio para ruína e de ruína para símbolo da nossa resistência. Porque os sonhos reciclam-se.


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