Aninhar no sofá, os dois corpos num sofá tão pequeno. O calor humano, o sol a entrar pela janela. O toque humano. O sol a queimar a vista.
Dedos grossos que passam pelo meu cabelo com suavidade, desejo, vontade, a preocupação lá longe, bem longe com todas as merdas do mundo fora.
Voltar para dormir no quarto, o quarto, sempre o quarto, mal arrumado, a cheirar a Lucky Strikes de Mentol, as molduras com sorrisos eternos, o espelho a revelar tudo, tudo tão cru, tudo tão bonito. Uma almofada para dois, ninguém se interessa. Pernas em todo o lado, ninguém se interessa.
(...)
O sol vai rebentando cada vez menos. A luz é mínima mas ainda consigo desenhar os teus olhos. Os teus olhos. Juntos.
Tão juntos. Ninguém liga a luz.
Ninguém liga a luz antes do beijo, ninguém liga a luz antes de ir para o banho. Um banho no escuro, mas toda uma luz dentro de nós.
Domingos de Sol. Às vezes, o melhor é ficar em casa.
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