People are strange when you're a stranger

21 dezembro, 2012

A vida era mais fácil no ontem. E isto não é a magia do passado, não é saudosismo exacerbado, não é melancolia. É um facto. Houve uma altura em que a vida tinha para oferecer um futuro, um futuro com objectivos, com sonhos, com ideais e ideias. 
Agora com 20 anos, o futuro já não está lá. Estou cada mais perto daquilo que esperava ser quando era criança. Uso o casaco aos ombros, tal e qual como penso que os cavalheiros de outras épocas usavam os seus. 
Mas não sou mais feliz. Estou em Comunicação, sou uma pessoa cheia de potencial. Mas não sou mais feliz. Agora que o caminho da faculdade não é um sonho, não é um ilusão, que futuro?

Sou uma escadaria humana de sentimentos. É tão fácil, mas tão fácil ir descendo, ir passando os degraus, a correr como se a vida dependesse disso. E o meu espírito parte-se, a minha alma dói de não ser mais do que um farrapo outrora bonita. 

Se calhar, o motivo pelo qual falo tanto da morte é porque já morri dentro de mim e surge a intuição do caminho mais correcto. O corpo fazer-se igual ao espírito. As duas peças a juntarem-se. A derrota do Rei.

Eu sei quais são os meus problemas. Não sou uma pessoa insegura, sou uma pessoa complicada. Os inseguros podem adquirir confiança. Os complicados raramente conseguem ver para além do seu próprio nariz. Raramente vêm o mundo por aquilo que ele é: um grande nada.

Tudo isto é nada. Tudo isto é uma razão sem origem. Vivemos para nada. Surgimos porque aconteceu. Não há nada aí fora. Os mitos, os imaginários, esses, esses são os culpados de tudo.

Eu sou nada.

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