Um dia conto-te como foi morar ao pé do cemitério. Desde os dias felizes de sol aos mais negros de inverno. Um dia conto-te o que era acordar com o frio a irromper das janelas, com os latidos selvagens de uma cadela resgatada, com o mau humor de um casal estranho. Vou falar-te sobre os fins-de-semana sagrados, quando eles se iam embora. E dos Domingos À noite de medo, de pânico, quando eles voltavam. Um dia explico-te que eles não eram vilões, nem sequer más pessoas por inteiro. Mas eram humanos e aproveitaram-se de mim, da minha pouca resistência. Um dia conto-te como morar ao pé do cemitério quase me matou.
Mas agora vou dormir e esperar que esta noite seja a última.
Regresso
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Começa assim,
com as minhas mil mortes e mais uma
entre chocolates e cravos caídos,
o fim de outro mundo perdido em tantos
sem tempo para prantos nem lembra...
Há 8 anos
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