Cigarros

29 maio, 2010


Preciso dum cigarro. Um cigarro que me acalme o espírito. um cigarro que me dê ganas de viver. Um cigarro que cure esta sede em mim. Preciso da merda dum cigarro que me deixe respirar um pouco neste mundo cruel e frio...

Mas não um cigarro qualquer.

Preciso daquele cigarro, Marta. Daquele cigarro enquanto éramos jovens à sombra da àrvore, daquele cigarro que esperava junto connosco pelo autocarro. Daquele cigarro. Marta, lembras-te?
Daquele cigarro que ficava bem com o teu vestido. Daquele cigarro infinito depois dos nossos corpos se terem unido num choro de alma. Lembras-te Marta? Lembra-te do teu sorriso? Lembras-te disso? Daquele cigarro que saciava a mente, os olhos e a boca. Daquele cigarro louco e inconsequente.

Lembras-te Marta?

Lembra-te Marta. Lembra-te do cigarro, dos nossos corpos nus que se tocavam na noite fria. Do meu coração que era teu, Marta... Aquele estúpido cigarro, Marta...

(...)

Hoje os cigarros são só paus de pó que se esfumaçam pelo corre-corre do infinito do tempo, são só a secura dos meus lábios, as saudades do teu corpo. São só fósforos sem chama, pássaros que morreram longe do ninho e que estão no chão mortos e pisados. Os cigarros já não são o que eram...sem ti Marta...sem ti.

Onde estás? Onde te posso encontrar?

Foges-me pelos labirintos loucos da razão e da imaginação. Quem és tu Marta? O que eram os nosso cigarros? Será que ainda estás aí?

Continuo em busca da resposta, Marta...neste maço de vida sem fim.

MTSM

1 Comentários:

Unknown disse...

Tabaco e Pessoas = ligações infinitas

Fuma um cigarro comigo, esquece a vida por um pouco depois logo voltas.

é o que eu faço todos os 15 em 15 minutos, 5 minutos de pausa do mundo!