E a vida corre, como um rio sereno no meio dum bosque parado no tempo. Na realidade nem sei que merda é esta que estou a escrever. A vida anda, a vida anda sim, mas nada tem a ver com bosques e rios e merdas felizes.
Por acaso até estou a ter merdas felizes. Encontro carteiras, estou com amigos horas ao sol, bebo vinho e penso na vida.
Como já se vê o fim de erasmus, a despedida.
Como a Aurélie fez uma tatuagem a dizer "Home is wherever I'm with you" e o "is" que ela tem é com a minha caligrafia. Alguém tatuou uma coisa com a minha caligrafia. Este Erasmus é uma loucura.
Aqui, com a a janela a aberta e os meus sapatos lindos fedorentos à janela, já com o frio a entrar, penso em como isto foi tão poderoso. Porra.
E AINDA NÃO acabou. Falta-me ir a Roma, a Pisa, a Bologna, falta-me ver monumentos, tirar fotos e viver uma história de amor em Milão. Mas talvez, e apesar de ainda ter tempo, é bom que fiquem histórias para viver, coisas por acontecer.
Não consigo pensar na vida depois de Erasmus. Em como Portugal só me parece um convento onde eventualmente vou secar como as páginas dum livro velho, em como tenho tanta coisa pendente, em como outra vez o mundo deu tantas voltas.
Não quero pensar. Vou viver.
E entretanto já tenho um voo marcado para Londres.
Pânico.
Regresso
-
Começa assim,
com as minhas mil mortes e mais uma
entre chocolates e cravos caídos,
o fim de outro mundo perdido em tantos
sem tempo para prantos nem lembra...
Há 8 anos
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