Encontros Imediatos de 3º Grau

16 junho, 2011

Nessa noite tinha estado no teu "facebook" a ver as tuas fotos e a pensar em ti. Tinhas fotos bonitas e suspirei, fui estudar Sociologia - que correu mal como a porra - e continuei com a minha vida de sempre.
Era uma manhã como outra qualquer, outra directa, o peso do mundo em cima, os olhos a fechar em cada momento, cansaço, sempre muito cansaço no início do dia. A fila era enorme para entrar no autocarro, parecia-me milhares de pessoas juntinhas ali à espera do 723 como quem espera o transporte para o céu...
Não era suposto eu ter tido lugar, não era suposto ter ido lá para trás e depois de tudo o que não era suposto acontecer, eu vi-te. Respirei fundo, foquei o olhar na minha amiga e senti um toque na perna.
Outro e outro e mais outro e por fim não podia mais ignorar. Virei-me para trás e eras tu. Com a mesma beleza de sempre, a voz forte de sempre, com aquela alma que me sugava os sentidos, a razão e eu mesmo. Sempre tu.
E naquele momento, todas as memórias que sempre tive a boiar em mim, fugiram descontroladas, suava das mãos, tremia-me o pensamento. Falei com a minha amiga, falei e falei e ouvia a tua voz e só queria virar-me para ti e dizer: Amo-te como nunca amei ninguém.
Merda.
Volto sempre a ti, ao sonho que idealizei que tu és, às palavras que imaginei que me dizias ao ouvido, ao abraço que me vais dar - sim, outra vez naquele jardim - a um outro verão passado juntos...Talvez não seja muito saudável, mas pensar em ti, pensar que podias vir a qualquer momento ajudou-me a passar tanta coisa. Sofri em silêncio, carregando no meu sorriso ensurdecedor a tua memória.
E no fim, disse-te adeus como se nem sequer tivesse mais lembrado de ti durante a viagem, quando todas as minhas células fracas, obesas e completamente apaixonadas por ti, só conseguiram imaginar nós dois juntos noutro mundo qualquer.
Nunca consigo ultrapassar um amor...

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