Dizem que quando o vento sueste se levanta, todos os loucos ficam mais inquietos. Sentir o vento, faz com que os ânimos - e não só as coisas - se levantem. Assim, os loucos correm soltos, sem dono nem destino ou razão que os guie.
É como um dança sem qualquer tipo de ritmo ou coreografia. Um Tango embrutecido de mulheres que o destino defraudou sem compaixão e que vivem amaldiçoadas com uma loucura que não é doença...
Vivi muitos anos ao sabor desde tango, sempre no compasso errado, sempre com o movimento desapropriado e sempre a sofrer na pele o representar dum papel que não me assentava - tão somente pela razão de eu não ser um homem louco nem o querer ser.
E, no meio deste baile de horrores, havia um nome que me continuava a atormentar.
Ana. Ana. Ana.
Com estas três mulheres tentei dançar até me sangrarem os pés e a minha alma desfiada em farrapos continua a embalá-las mesmo depois de tudo.
O último desfecho foi há pouco tempo. Talvez um fechar de um ciclo de três mulheres chamadas Ana que chegaram a coexistir no mesmo reino. Será o fim?
Uma coisa é certa, o vento sueste soprará outra vez e o tango recomeçará. Talvez porém eu esteja já noutras danças. Mais organizadas, com um melhor compasso. E talvez o Tango das Mulheres Loucas seja já memória de outros dias mais complicados.
1 Comentários:
O meu preferido até agora!
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