-As Horas
-Poeta ás vezes (é ridiculo um livrito teen fazer parte duma lista dos livros preferidos, how ever...é intenso)
-Aquariofilia
-Crime no Expresso Oriente
-Verónika decide morrer
(...)
Não sei o que se passa comigo. Estou zangado sem motivo, num estado de nervosismo por causa dos resultados dos exames que me está a sufocar. Não sei escrever, nao consigo escrever, estou louco, louco. Divago por aqui e ali, vou à aula de condução, vou à aula de código, vou para casa e sinto falta dos meus amigos. Sinto falta de estar com eles. Ah, sim o grande amor da minha vida são os meus amigos. (...) eles e elas são de facto o motivo por que existo. Mas também fico nervoso em relação a eles. Porque toda a gente me diz como sou eu que vou ser o motivo de discórdia entre nós, como vou ser o que vai discutir, como vou ser que vai levar toda a gente à loucura. Sim, sou instável. Sim, sou depressivo, viciado em sofrimento, viciado em ilusão, viciado em sei lá o quê. Mas gosto de vocês e na maior parte do tempo estou só a picar, a brincar, a gozar...E há isto à minha volta a saltitar por aqui e ali, por aqui e ali.
O amor romântico é uma seca. Acompanhei muitos amigos e amigas nas suas relações amorosas e ainda não vi nenhuma que invejasse. Não sei porquê, mas eram todas instáveis, turbulentas, com uma grande dose de falta de comunicação. Ninguém comunica. Ninguém diz o que pensa. Toda a gente tem medo. Como eu. Eu também nunca comunico, embora as vezes me peçam. Percebam que se eu comunicar, tudo vai mudar. Mas é horrível e eu devia faze-lo. E de qualquer maneira disse uma mentira porque invejei toda e qualquer relação amorosa dos meus amigos. Ao menos eles podiam fantasiar que não estavam sozinhos no mundo.
Lendo as minhas páginas anteriores do blogue, vejo uma criança ainda mais infantil desesperada por encontrar alguém que o amasse. Tudo para conseguir ganhar auto-estima sobre isso. Por isso é que tenho deixado de falar sobre isso. Sempre usei o amor para ganhar auto-estima, para me fazer sentir bem e eu tenho que me sentir bem sem o amor...(e por isso se calhar não invejo outra vez nenhuma relação) Por outro lado, tenho uma impressão que nunca me sentirei bem comigo. Sou demasiado anormal para ser vulgar, demasiado vulgar para ser excêntrico. Ai ai ai ai. Estou farto de ser quem sou. Ora aí está uma coisa que acontece com frequência. Já mudava de vida, já mudava de ser quem sou, já morria este Ephram e nasci um gato ou um cão que morresse atropelado na berma de uma estrada para dar lugar a uma formiga afogada no amazonas para dar lugar ao estado supremo de nada, de tudo...
Há meses que não escrevo uma folha de ficção, poesia, nada. Há meses que não tenho vagar de me por no papel...Amo escrever, mas gostava de usar isso de uma forma útil e não de uma forma vazia como de costume. De qualquer maneira de que me serve isto? De que me serve ter uma terceira mão sem qualquer utilidade para o mundo? Escrevo sem beleza, escrevo sem surpresa, escrevo apenas linhas e linhas e linhas de um texto sem sentido, sem nada, sem essência, sem alma. Por isso ainda nao ganhei nenhum concurso. Por isso ainda não publiquei nada. Sou e sempre sempre um fraco escritor, de frases bonitas mas vazias, de sonhos pensados mas não realizados. Serei sempre aquele que tentou, tentou, tentou e acabou por se jogar da ponte 25 de abril...
E depois fico ansioso porque não devia pensar isto. Sou jovem, sou adolescente, sou criança e devia pensar que o mundo é um lugar mágico, de tantas possibilidades...Devia acreditar mesmo naquilo que digo aos meus amigos quando estão em baixo (e até acredito, mas para eles, exclusivamente para eles) que não existe o tal fenómeno de a sorte só bater à porta uma vez. A sorte bate à porta as vezes que forem necessárias até a deixarmos entrar...Devia mesmo acreditar nisto para mim. Mas não acredito. Eu devia era ser feliz, ter um sorriso na ponta dos lábios sempre preparado a disparar. Pronto, quando não o tenho, finjo.
E pronto, já me esqueci do que tinha a dizer mais.
Adeus
O amor romântico é uma seca. Acompanhei muitos amigos e amigas nas suas relações amorosas e ainda não vi nenhuma que invejasse. Não sei porquê, mas eram todas instáveis, turbulentas, com uma grande dose de falta de comunicação. Ninguém comunica. Ninguém diz o que pensa. Toda a gente tem medo. Como eu. Eu também nunca comunico, embora as vezes me peçam. Percebam que se eu comunicar, tudo vai mudar. Mas é horrível e eu devia faze-lo. E de qualquer maneira disse uma mentira porque invejei toda e qualquer relação amorosa dos meus amigos. Ao menos eles podiam fantasiar que não estavam sozinhos no mundo.
Lendo as minhas páginas anteriores do blogue, vejo uma criança ainda mais infantil desesperada por encontrar alguém que o amasse. Tudo para conseguir ganhar auto-estima sobre isso. Por isso é que tenho deixado de falar sobre isso. Sempre usei o amor para ganhar auto-estima, para me fazer sentir bem e eu tenho que me sentir bem sem o amor...(e por isso se calhar não invejo outra vez nenhuma relação) Por outro lado, tenho uma impressão que nunca me sentirei bem comigo. Sou demasiado anormal para ser vulgar, demasiado vulgar para ser excêntrico. Ai ai ai ai. Estou farto de ser quem sou. Ora aí está uma coisa que acontece com frequência. Já mudava de vida, já mudava de ser quem sou, já morria este Ephram e nasci um gato ou um cão que morresse atropelado na berma de uma estrada para dar lugar a uma formiga afogada no amazonas para dar lugar ao estado supremo de nada, de tudo...
Há meses que não escrevo uma folha de ficção, poesia, nada. Há meses que não tenho vagar de me por no papel...Amo escrever, mas gostava de usar isso de uma forma útil e não de uma forma vazia como de costume. De qualquer maneira de que me serve isto? De que me serve ter uma terceira mão sem qualquer utilidade para o mundo? Escrevo sem beleza, escrevo sem surpresa, escrevo apenas linhas e linhas e linhas de um texto sem sentido, sem nada, sem essência, sem alma. Por isso ainda nao ganhei nenhum concurso. Por isso ainda não publiquei nada. Sou e sempre sempre um fraco escritor, de frases bonitas mas vazias, de sonhos pensados mas não realizados. Serei sempre aquele que tentou, tentou, tentou e acabou por se jogar da ponte 25 de abril...
E depois fico ansioso porque não devia pensar isto. Sou jovem, sou adolescente, sou criança e devia pensar que o mundo é um lugar mágico, de tantas possibilidades...Devia acreditar mesmo naquilo que digo aos meus amigos quando estão em baixo (e até acredito, mas para eles, exclusivamente para eles) que não existe o tal fenómeno de a sorte só bater à porta uma vez. A sorte bate à porta as vezes que forem necessárias até a deixarmos entrar...Devia mesmo acreditar nisto para mim. Mas não acredito. Eu devia era ser feliz, ter um sorriso na ponta dos lábios sempre preparado a disparar. Pronto, quando não o tenho, finjo.
E pronto, já me esqueci do que tinha a dizer mais.
Adeus
1 Comentários:
gostei imenso do Poeta às vezes. a seguir ao A Lua de Joana, deve ter sido o livro que mais vezes li. no geral sempre gostei - e continuo a gostar - dos livros dessa escritora. acredito que faz bem voltar a ler os livros que lemos quando éramos mais novos, nem que seja para ver o que mudámos.
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