E como anda sem parar. Estive com uma amiga da Pinheiro, uma que foi embora quando entrei no 12º ano. Não sei se alguma vez falei dela aqui. Ela foi a minha primeira amizade na secundária. Era gira, com um aspecto alternativo e conhecia Everwood e, tal como eu, adorava.
Foi ela que me levou para o Clube de Astronomia, um espaço para pessoas diferentes. Eu nunca consegui ser tão diferente como eles, mas encontrei um espaço seguro onde pelo menos ninguém era extremamente desagradável para mim e onde eu conheci aquilo que se podia chamar de "amizade".
Era bonito e acolhedor ter uma sala ali na escola onde nos podíamos refugiar do mundo e onde, sentados em puffs e cadeiras de sala, o tempo parecia andar mais depressa nos intervalos.
(...)
Dois anos depois ela é estudante de medicina, vai para o 3º ano. Tem carro, namorado, fala sobre o que é fazer uma autópsia e de como a maior parte das pessoas em Medicina sofre dum Complexo de Deus desmesurado e ridículo. Está diferente. Mais crescida. Mais mulher. As feições tornaram-me menos pueris mas aquele sorriso simpático e aberto a qualquer um continua ali. Hei-de pensar sempre nela como uma espécie de médica fraternal - ela curou-me quando ninguém via que eu estava doente.
Não sinto saudades desses tempos porque o mundo não era o melhor sítio para mim e sofri bastante. Mas...pelo menos conheci pessoas como ela.
Por um lado, parece que passou muito depressa.
Por outro, foi como se tivesse vivido uma vida inteira do último dia em que a vi até hoje.
0 Comentários:
Postar um comentário